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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Hip Hop Arte Do Grafite



Muitas pessoas vêem os trabalhos dos grafiteiros apenas como um amontoado de letras rabiscadas e sem nexo, ou como pura poluição visual e ato de vandalismo contra o patrimônio público. Grande parte das críticas feitas á atividade se devem às inúmeras fachadas, monumentos, igrejas e todo um conjunto de locais pichados indiscriminadamente. As pichações estão relacionadas a conflitos entre grupos rivais, e esse tipo de comportamento dos pichadores tem diversas conseqüências negativas para as cidades. Uma delas é a depredação de obras de arte e cenários históricos, o que causa prejuízo imediato ao turismo. Além do fato de estarem desrespeitando a privacidade
 das pessoas ao, por exemplo, fazerem pinturas em muros sem a autorização do seu proprietário. Para reverter esses problemas e aproveitar o aspecto positivo dessas manifestações, atualmente os artistas do graffite são convidados a participarem de projetos que visam embelezar as cidades. Com isso, espera-se que as pessoas interessadas nessa atividade possam continuar expressando sua arte, mas sem causar prejuízos ao planejamento urbano. A Universidade de São Paulo (USP) organizou a primeira cooperativa brasileira de grafiteiros, muitos deles ex-pichadores, com o objetivo de profissionalizar esses artistas. Todos serão orientados por professores de artes plásticas e designers para fazerem seus trabalhos em painéis e muros especialmente destinados para exibição de seus trabalhos. O Rio de Janeiro também investe em projetos como este, a prefeitura da cidade já formou uma turma de grafiteiros, com direito a certificado e tudo. Entre os diplomados, estão moradores de áreas carentes como Manguinhos, Jacarezinho e Vigário Geral. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) lançou em Brasília o Projeto Grafitran, em que o objetivo é incentivar grafiteiros de oito grandes cidades brasileiras a divulgar mensagens favoráveis à humanização do trânsito, através de painéis espalhados por locais públicos, próximos às rodovias e ruas movimentadas. Origem da palavra A palavra grafite de origem italiana significa "escritas feitas com carvão". O grafite (ou grafita) é um mineral composto de carbono e usado na fabricação de lápis ou como lubrificante. Por suas propriedades isolantes é empregado também nas centrais termonucleares para regular os processos de enriquecimento do urânio. O termo italiano graffito deriva do latim graphium, um estilete de ferro ou
 bronze utilizado para escrever sobre tábuas de cera. A forma plural, graffiti, foi empregada a princípio para designar as inscrições gravadas na pré-história e na antiga Roma. Em 1965, antes que a palavra graffiti fosse utilizada para definir as pichações com spray, o Dizionário Garzanti da língua italiana indicava graffiti como uma “técnica de incisão em muro que consiste em trazer à tona, ao longo da linha de incisão, o fundo escuro por trás da argamassa branca”. Para este autor a palavra seria uma derivação do verbo italiano graffiare (arranhar), cuja origem é uma palavra da antiga língua alemã: krapfo (gancho), que indicava uma alabarda utilizada no assalto às muralhas das cidades sitiadas. Os antigos romanos tinham o costume de escrever manifestações de protesto com carvão nas paredes de suas construções, tratavam-se de palavras proféticas, ordens comuns e outras formas de divulgação de leis e acontecimentos públicos. Alguns destes grafites ainda podem ser vistos nas catacumbas de Roma e em outros sítios arqueológicos espalhados pela Itália. Segundo (Dingos) Gilmar Del Barco Junior, 34 anos, escritor, produtor cultural, arte educador e graffiteiro desde 1989, no século XX, mais precisamente no final da década de 60, jovens do Bronx, bairro de Nova Iorque nos Estados Unidos, estabeleceram esta forma de arte usando tintas spray. Surge o grafitte como expressão oficial Para muitos, o graffite surgiu de forma paralela ao hip hop - cultura de periferia, originária dos guetos americanos, que une o RAP (música mais ritmo e poesia), o "break" (dança robotizada) e o graffite (arte plástica do movimento cultural) – quando academias e escolas de arte começaram a entrar em crise e jovens passaram a se interessar por novas linguagens. Com isso, teve início um movimento que dava crédito às manifestações artísticas fora dos espaços fechados e acadêmicos. A rua passou a ser o cenário perfeito para as pessoas manifestarem sua arte. André Gustavo de Castro Matos sócio-fundador do Instituto Voz (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, tem como miss
 ão agir e incentivar aqueles que atuem para a manifestação do pensamento, da criação, da expressão e da informação, sob qualquer forma, processo e veículo), explica que grafitar é uma maneira de expressar-se: “o graffite é a mais genuína expressão de pigmentos, texturas e superfícies nas galerias urbanas das ruas, com o objetivo de criar dinâmica, movimento e registro de ícones. O graffite hoje é mais aceito, pois virou arte decorativa nas galerias”. Os artistas do graffite, também chamados de "writers" (escritores), costumavam escrever seus próprios nomes nos trabalhos ou chamar a atenção para problemas do governo ou questões sociais. Na Europa, no início dos anos 80, jovens de Amsterdã, Berlim, Paris e Londres passaram a criar seus próprios ateliês em edifícios e fábricas abandonadas, o objetivo era conseguir um espaço para expressar-se livremente. Nesses locais, surgiram novas bandas de música, grupos de artistas plásticos, mímicos, atores, artesãos e grafiteiros. Uma mudança significativa da visibilidade do graffit perante à sociedade diz respeito ao modo como se aproximou das artes plásticas convencionais e do design, tornando esta linguagem mais acessível ao grande público, possibilitando, ainda, a exploração de novas técnicas e modelos criativos. “A cada muro, tela, ilustração pensamentos a arte renova, nasce estilos, personagens técnicas o modo de se produzir muda”, diz: Dingos, grafiteiro da Zona Oeste. Modalidades Grafite 3D: desenhos concebidos a partir de idéias visuais de profundidade, sem contornos. Exige domínio técnico do grafiteiro na combinação de cores e formas. WildStyle: tem o formato de letras distorcidas, em forma de setas, que quase cobrem o desenho. Bomber: são letras gordas e que parecem vivas, geralmente feitas com duas ou três cores. Letras grafitadas: incorporação das técnicas do grafite à pichação. As letras grafitadas representam a assinatura do grupo. Grafite artístico ou livre figuração: nesse estilo vale tudo: caricaturas, personagens de história em quadrinhos, figurações realistas e também elementos abstratos. Grafites com máscaras e spray: facilita a rápida execução e disseminação de uma marca individual ou de grupo.

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